'É zero gringo, é o disco mais Brasil que a gente já fez até hoje', conta Rodrigo Gorky ao G1. Produtor adianta ainda que 4º álbum de Pabllo está perto de sair. 2020 tinha tudo para ser o ano em que a carreira de Pabllo Vittar alcançaria voos ainda mais internacionais, com a participação nos festivais Primavera Sound e Coachella, mas a pandemia mudou os planos completamente.
Com o cancelamento das turnês, o tempo em casa não só antecipou a produção do quarto disco, como fez com o que o novo trabalho se tornasse o mais brasileiro até agora.
Quem antecipa o tom do álbum ao G1 é Rodrigo Gorky, produtor da cantora desde o começo da carreira em 2017.
"O disco da Pabllo é extremamente brasileiro. Tem zero 'gringuice', é zero gringo", diz Gorky.
"É o disco mais Brasil que a gente já fez até hoje. Lógico, a gente tem as nossas influências, acaba pegando aqui e ali, mas o disco é muito brasileiro", continua.
Apesar de sempre ter ritmos diferentes em seus álbuns e já ter emplacado vários hits com a "cara do Brasil", Pabllo também tenta criar uma ponte com o mercado internacional.
Isso fica claro em músicas mais próximas ao pop eletrônico, como "Flash Pose", parceria com Charli XCX, e "Rajadão", de "111". Inclusive, todas as faixas deste último álbum ganharam remixes em um movimento que não é aleatório.
Essa onda, no entanto, não vai ter vez no novo trabalho, que está previsto para este mês ou julho.
A informação sobre o lançamento foi dada pela própria cantora em live da Parada do Orgulho LGBT+ de SP no domingo (6). A data oficial ainda não foi divulgada.
A música "Ama, sofre e chora", lançada em abril, é um arrocha romântico e já dava dicas do que estava por vir. Antes do álbum, um outro single ainda será lançado, segundo o produtor.
"Posso dizer que o disco está perto de sair e que a gente se divertiu muito fazendo, foi um disco muito gostoso de produzir. Posso dizer que o próximo single também é muito legal, o clipe já foi gravado e que a gente já está fazendo o próximo. É tudo que eu posso falar por enquanto", afirma.
Sem show internacional, foco no Brasil
Capa do single 'Ama sofre chora', de Pabllo Vittar
Divulgação
A agenda de shows e festivais de Pabllo estava cheia no ano ado e por conta disso, o quarto disco não era uma prioridade para a cantora e sua equipe, apesar de a ideia já existir.
O plano era fazer os shows em importantes festivais como o Coachella, nos Estados Unidos, o Primavera Sound, na Espanha, e o Lollapalooza Brasil.
Como tudo foi cancelado por conta da pandemia, sobrou tempo para rever planos e acabou antecipando o "PV4", forma como o disco é chamado antes de ganhar nome oficial.
A "brasilidade" do novo disco vem muito desse momento de não poder fazer show fora do país, segundo Gorky.
"O pensamento foi: 'A gente não vai sair de casa, então por que a gente não faz um disco de casa, feito para a gente, sem pretensões internacionais e tudo mais? Vamos fazer um disco voltado para cá'", diz.
"A gente também estava com isso na cabeça, de fazer um disco celebração, digamos assim, à Pabllo e às suas origens".
A cantora foi confirmada para a edição do ano que vem do Primavera Sound, mas Gorky diz que, depois do baque com a pandemia, os planos são mais focados em viver um dia de cada vez.
"Por um lado é bom que a gente vai ainda mais preparado para o ano que vem. A gente está preparando algumas coisas, mas estamos tentando muito mais viver o agora", finaliza.
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Pabllo Vittar em festivais, lojas de brinquedo, no Semana Pop e sempre indo longe demais