Nesta segunda-feira (26), o presidente Donald Trump ameaçou cortar mais US$ 3 bilhões de subsídios federais a Harvard, chamou-a de "extremamente antissemita" e prometeu que "vencerá" embate com a universidade mais prestigiosa do país. Carta elaborada pela istração do governo Trump pedindo que agências federais encerrem contrato com Harvard
New York Times / Reprodução
O governo Trump quer cortar os laços restantes com Harvard pedindo às agências federais que encerrem todos os contratos com a universidade.
A notícia foi dada em primeira mão pelo jornal americano "The New York Times", que teve o ao rascunho de uma carta elaborada pela istração de Serviços Gerais da Casa Branca (veja acima) que deve ser enviada ainda nesta terça-feira (27).
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Trump chama Harvard de 'antissemita', ameaça novos cortes e diz que vai 'vencer' embate com universidade
De acordo com o NYT, os contratos em questão totalizam um valor de US$ 100 milhões - o equivalente a cerca de R$ 5,6 milhões.
A carta também instrui as agências a responderem até 6 de junho com uma lista de cancelamentos. Os contratos para serviços considerados críticos não seriam cancelados imediatamente, mas seriam transferidos para outros fornecedores.
"No futuro, também incentivamos sua agência a buscar fornecedores alternativos para serviços futuros nos casos em que você havia considerado Harvard", diz a carta, assinada por Josh Gruenbaum, comissário do serviço de aquisição federal da GSA, responsável pela aquisição de bens e serviços governamentais.
Exemplos de contratos que seriam afetados, de acordo com um banco de dados federal, incluem um contrato de US$ 49.858 do Instituto Nacional de Saúde para investigar os efeitos do consumo de café e um contrato de US$ 25.800 do Departamento de Segurança Interna para treinamento de executivos seniores.
Segundo a emissora americana NBC News, a notícia foi confirmada a eles por um alto funcionário do governo, que falou sob a condição de anonimato.
"A GSA enviará uma carta às agências federais hoje pedindo que identifiquem quaisquer contratos com Harvard e se eles podem ser cancelados ou redirecionados para outro lugar", disse o alto funcionário à NBC News.
Harvard se nega a cumprir exigências de Trump, e mais de US$ 2 bi em recursos congelados
Trump disse que "vencerá embate" com Harvard
Este é mais um episódio no embate entre Harvard e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Nesta segunda-feira (26), o republicano ameaçou cortar mais US$ 3 bilhões (cerca de R$ 17 bi) de subsídios federais a Harvard, chamou-a de "extremamente antissemita" e prometeu que "vencerá" embate com a universidade mais prestigiosa do país.
"Estou considerando retirar três bilhões de dólares em verbas de subsídios de uma Harvard extremamente antissemita e destinar esse dinheiro para escolas técnicas em todo o nosso país. Que investimento incrível isso seria para os EUA — e tão necessário!!! (...) Não temam, porque o governo irá vencer no final", afirmou Trump em publicação em sua rede social Truth Social.
Trump disse ainda estar esperando que Harvard envie uma lista de estudantes estrangeiros, exigida por ele durante o final de semana. Ainda não se sabe se a universidade fará a lista. Trump disse que um "gasto absurdo de bilhões de dólares" está sendo destinado a "lunáticos radicalizados e causadores de problemas", em referência aos alunos estrangeiros.
Manifestantes protestam contra ações do governo Trump que miram a Universidade de Harvard
REUTERS/Nicholas Pfosi
O presidente americano também ironizou a decisão judicial que Harvard conseguiu em seu favor na semana ada para derrubar a proibição a alunos estrangeiros. A medida afetaria cerca de 7.000 alunos, que representa cerca de 25% do corpo estudantil da instituição.
O Tribunal Federal de Boston realizará audiências nesta semana, entre terça (27) e quinta-feira (29), para examinar a suspensão imposta à medida de Trump. Entenda a proibição aqui.
Trump já havia ameaçado Harvard com a revisão de US$ 9 bilhões (cerca de R$ 50,8 bi) em financiamento federal, congelou uma primeira parcela de US$ 2,2 bilhões (R$ 12,4 bi) em subsídios e US$ 60 milhões (R$ 339 mi) em contratos oficiais. O governo dos EUA também deportou uma pesquisadora da Faculdade de Medicina de Harvard.
Governo Trump proíbe alunos estrangeiros na Universidade de Harvard
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