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“Antes de estrear, as pessoas que mandassem para a Rádio Nacional uma embalagem dessa pasta de dente ganhava um livrinho simples com os radioatores e a trama da história. Ninguém esperava que 48 mil cartas chegassem à emissora", lembra Rose Esquenazi.
Para o pesquisador Thiago Guimarães, do acervo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a Era de Ouro do Rádio coincide com o momento áureo das radionovelas. “Elas alcançaram o status de principal produto produzido pelas emissoras na época”, afirma.
A radionovelas eram inicialmente transmitidas à tarde e deixavam as ouvintes emocionadas. O sucesso era tanto que a história ou a ser transmitida três vezes por semana. “A chegada desse formato fez tanto sucesso que logo a Rádio Nacional abriu diferentes horários. Então, a programação da Rádio Nacional chegou a ter 16 novelas no ar”, diz a professora Rose Esquinazi. Com personagens fixos, como o vilão, o traidor e a heroína.
“A Rádio Nacional, então, separou um andar inteiro do prédio do jornal A Noite, na Praça Mauá, exclusivamente para as radionovelas. A emissora formou uma equipe de radioatores, diretores, autores, maestro e músicos. A Rádio Nacional transmitia ao vivo essas novelas”, diz a pesquisadora.
A professora explica que, em meados dos anos 1950, auge da Rádio Nacional, tinham contrato 670 funcionários, sendo 10 maestros e arranjadores, 124 músicos, 96 cantores e cantoras, No palco oval, ficava a orquestra. O diretor, no centro. Os atores permaneciam sentados e iam pro microfone conforme os papéis deles começavam a aparecer. Atrás, uma instalação era reservada para quem fazia a sonoplastia. “Como não tinha computador, todos os efeitos especiais eram feitos com pequenos aparelhos. A campainha, o chão de assoalho, a areia, o trovão...tudo era feito com pequenos aparelhos".
As novelas eram melodramas que depois foram até adaptadas para a TV, como ocorreu com O Direito de Nascer, sucesso em 1951 na rádio. “A Rádio Nacional tornou-se a principal emissora do Brasil. Outra emissora que ou a ganhar destaque com o gênero foi a Rádio São Paulo”. A professora aponta que a Rádio Nacional chegava longe por causa da capacidade das suas antenas.
Segundo o pesquisador Thiago Guimarães, as radionovelas cubanas eram referência na América Latina e elas já eram uma adaptação do modelo norte-americano, conhecido como soap opera. “A primeira radionovela transmitida no Brasil, Em busca da Felicidade, foi adaptada de um original cubano. O Amaral Gurgel, que chegou a atuar na novela, ressaltou que a adaptação que Gilberto Martins fez do texto original de Leandro Blanco foi importante para o sucesso da novela”.
Ele explica que as produções em São Paulo e no Rio de Janeiro geraram uma sensação de pertencimento de um Brasil moderno da metade do século 20. “A radionovela a a perder força quando a televisão se consolida no Brasil, provocando o deslocamento dos anunciantes do rádio para a TV. Com isso, os profissionais – atores, diretores, escritores, técnicos – acabam sendo atraídos para a televisão, fazendo com que a produção de radionovelas declinasse (muito embora não tenha desaparecido completamente)”.
Para o pesquisador Claudio Paixão, que estudou as influências das radionovelas a partir das produções da Rádio Nacional da Amazônia (confira aqui a pesquisa), implantada em 1977, as produções na região Norte tiveram outros momentos de auge. Havia um repertório especial e apelo: novelas com um colorido regional e com comprometimento socioambiental. Mesmo que fossem gravadas a partir do Rio de Janeiro. Antes das novelas, esquetes de radioteatro eram encenadas com o foco na saúde. “Na década de 1970, rádio ainda era novidade para o interior da Amazônia. As primeiras produções na rádio foram Poronga, Terçado e Coragem e Heróis Anônimos.
Claudio Paixão contextualiza que contar histórias brasileiras também significou uma ação estratégica para a região, uma vez que emissoras estrangeiras faziam o papel de comunicação no interior. A primeira radionovela produzida especificamente pelos profissionais da Rádio Nacional da Amazônia foi A História do Dito Gaioleiro (escrita em 1979 e levada ao ar em 1980). “Embora seja uma produção infantil, o que a gente percebe nessa radionovela é o interesse dela em ar lições sobre o cuidado com o meio ambiente e de não deixar os pássaros presos em gaiolas, com discussões sobre ética e cidadania”.
Depois vieram as radionovelas para adultos, como Dois Corações, que foi produzida a partir da sugestão de um ouvinte. O pesquisador cita que tiveram ainda novelas que retratam como trabalhadores foram atraídos para o garimpo, deixando a família pra trás. Histórias que eram exclusivas para a Amazônia. “Se a gente pensar no Brasil mais profundo, entendemos como o rádio desempenha um papel muito importante. As radionovelas são frutos da relação que a emissora construiu com os ouvintes”.