Carlos Rogério sofreu um AVC isquêmico, na sexta-feira, quando caiu em um dos banheiros do Minas. Antes da queda, ele tinha feito ginástica na academia do clube, o que era um hábito.
Ele era um dos irmãos Zech Coelho, famosos pela dedicação ao vôlei, história que começa pelo avô, "Seu Paulo", um dos responsáveis pelo crescimento do esporte, no Minas Tênis Clube e também em Minas Gerais. Natural de Campos Altos, ao se mudar para Belo Horizonte, esticava uma rede no meio da Avenida Brasil, nos anos 1950, para que os amigos pudessem jogar, nos finais de semana.
A história continua com o irmão mais velho de Carlos Rogério, Sérgio Bruno, que defendeu a Seleção Brasileira, vindo a seguir Luiz Eymard, que também defendeu a Seleção – foi eleito para a Seleção dos Jogos Olímpicos de Munique'72.
O outro irmão é o ex-levantador Helder, tricampeão brasileiro em 1984/85/86, numa equipe que tinha ainda Urbaninho, Pelé, Luiz Alexandre, Elberto, Cacau, Henrique Bassi, Cebola, Ricardinho, Antônio Sérgio, Guto e Zé Eduardo. O técnico era o coreano Young Wan Sohn.
Carlos Rogério defendeu o Minas até 1980 (ganhou cinco títulos mineiros), quando ele, Pelé, Elói, Zé Eduardo e Pelé se transferiram para o Atlético, que foi tetracampeão mineiro, de 1980 a 1983.
Nessa equipe também estavam Zé Roberto Guimarães, Fernandão, Badalhoca, Marcos Miranda, Julião e Aloísio. O time teve como treinadores Décio Viotti, o primeiro a ocupar o cargo, depois Ênio Figueiredo e Radamés Lattari.
Homenagem
Um de seus amigos, o cantor e compositor Nil Lus (ex-jogador de handebol, pivô do Ginástico e Seleção Brasileira), que vive na Alemanha, postou em sua rede social uma homenagem: uma música que compôs nesse final de semana, tão logo tomou conhecimento do problema de Carlos Rogério.
"Ao querido e amoroso amigo, ex- atleta Carlos Rogério Zech Coelho por nossas fantásticas memórias do mais feliz convívio social e no esporte", escreveu.
Réquiem para um amigo
Nil Lus (Canhão)
Hoje me faltam palavrasPela boca é o meu coração que salta Dos meus olhos só caem lágrimasDe saudades encho minha alma
É! Quando chega esta horaDe voltar pro lar, voltar pra casaPara este infinito mar que somosSomente uma gota dáguaAté o mais forte Homem chora
São mil perguntas sem respostasO Hoje, o aqui, o agoraTantas coisas que nos devoraAinda vem este amanhã O amanhã que é sempre uma incógnita
De repente o tudo é nadaSó lembranças construindo a nossa históriaO corpo de glória ao céu retornaE aquilo que aqui é a partida, lá é a chegada
Infinita esta vida que segue a sua rotaN'outra veste, n'outra morada
Do outro lado desta portaTenha a certeza te espera o seu anjo da guardaQue te abrindo uma nova auroraE então verás enfim sua alma iluminada
Eu vou sentir tanto sua faltaO que é que eu vou fazer agora?Se eu pudesse num grito eu decretava:Fica aqui amigo! Não vai embora!