Trabalhos de construção da unidade sofreram três paralisações. A última ocorreu em 2015 e continua por motivos como mudança da empresa executora e falta de dinheiro Obra Hospital Regional Juiz de Fora
Reprodução/TV Integração
Um Projeto de Lei (PL) para encaminhar a finalização das obras do Hospital Regional de Juiz de Fora foi aprovado pela na quinta-feira (28) pela Câmara Municipal. A construção do hospital teve início em 2010 e sofreu com três paralisações, sendo a última delas em 2015.
Leia também:
Projeto com recursos para retorno das obras do Hospital Regional de Juiz de Fora está em tramitação na ALMG
Zema e Margarida anunciam acordo para a retomada das obras do Hospital Regional de Juiz de Fora
Dois ex-prefeitos, ex-deputado e empresas de engenharia são denunciados por irregularidades nas obras do Hospital Regional de Juiz de Fora
Com hospitais cheios, Juiz de Fora tem prédios da saúde em situação de abandono
MPMG faz vistoria técnica em obras de construção do Hospital Regional de Juiz de Fora
Conforme o PL, de autoria da própria Prefeitura, é pedida a autorização para o pagamento da dívida de R$ 132.066.908,27 com o Estado de Minas Gerais. Em contrapartida, o Governo de MG irá prover a finalização das obras do Hospital Regional de Juiz de Fora, com o intuito de garantir à população local e regional o à saúde pública.
Com a aprovação do Projeto de Lei, que agora segue para sanção do Executivo, fica autorizado o pagamento da dívida mediante dação em pagamento por imóveis. Ao todo, são 43 imóveis situados na Rua Henrique Burnier, que ficarão a cargo do Estado de Minas Gerais e foram avaliados em R$139.190.400.
Obra Hospital Regional maio 2015 Juiz de Fora
Reprodução/ TV Integração
Obras do Hospital Regional de Juiz de Fora; entenda
A espera para a entrega do Hospital Regional de Juiz de Fora já dura quase 11 anos. A obra, localizada em um terreno na Rua Henrique Burnier, no Bairro São Dimas, próximo à Rodoviária da cidade, já teve diversas datas de encerramento prometidas.
Paralisações
As obras do Hospital Regional já sofreram três paralisações, a mais recente ocorreu em 2015 que dura até hoje, por motivos como mudança da empresa executora e falta de rees. A expectativa era que as obras fossem concluídas no segundo semestre de 2016.
Em julho do ano ado, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e a prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT), anunciaram um acordo para a retomada das obras do Hospital Regional, mas até o momento a obra segue parada.
Recursos para obra
No final de junho do ano ado, o g1 mostrou o início da tramitação na ALMG de um Projeto de Lei (PL) que define verbas para a retomada de obras de hospitais regionais que estão paralisadas no Estado. A quantia é de um acordo bilionário entre a Vale e o Governo de MG e prevê rees para diversos setores.
Para debater sobre o assunto e as perspectivas, a Câmara Municipal de Juiz de Fora realizou uma Audiência Pública, onde o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, afirmou que a expectativa é liberar um processo de licitação para a gestão da unidade.
Irregularidades
No ano ado, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ajuizou uma Ação Civil Pública (A) de improbidade istrativa que questiona o planejamento e a execução das obras do Hospital Regional de Juiz de Fora. Entre os 72 denunciados estão os ex-prefeitos Custódio Mattos e Bruno Siqueira, o ex-deputado Marcus Pestana e empresas de engenharia.
Conforme a A, foi constatado mau planejamento do hospital, fraudes nas duas licitações tanto por cláusulas restritivas de competição e como conluio de empresas.
De acordo com a Promotoria de Justiça, também foram constatados pagamentos indevidos na execução e omissão na vigilância, o que resultou em danos de mais de R$ 33 milhões ao patrimônio público.
A ação requer, entre outras penalidades, o ressarcimento do dano ao erário. Além dos ex-prefeitos e do ex-deputado, também estão entre os denunciados empresários e integrantes do primeiro escalão dos governos Custódio e Bruno.
Os danos já concretizados somam R$ 33.078.460,52, em valores atualizados até 10 de março de 2021, ainda pendentes de acréscimo de correção monetária desde então, e de juros legais de 1% ao mês desde a data dos danos, até efetivo ressarcimento.
Segundo a denúncia, o mau planejamento foi constatado pela Advocacia-geral do Estado, que apontou que o primeiro convênio firmado tinha valor de R$ 42 milhões quando seriam necessários pelo menos R$ 100 milhões. À época, o ex-deputado Marcus Pestana, era secretário de Estado de Saúde.
Na A consta ainda que há danos potenciais com o convênio da desapropriação 237/2009, em valor original de R$ 3.800.569,20 integralmente reado em outubro de 2010 que, acaso concretizados, deverão ser ressarcidos pelo ex-prefeito Custódio Mattos.
Estrutura da unidade
Hospital Regional de Juiz de Fora em 2017
Reprodução/TV Integração
O Hospital Regional de Juiz de Fora é composto por 4 blocos: o bloco A inclui istração, refeitório, lavanderia e vestiário, entre outros. Já o bloco B, o maior de todos, com 4 andares, concentra a enfermaria, os laboratórios de análises clínicas, uma capela e o almoxarifado.
No bloco C funcionarão o centro de exames e a UTI, enquanto o D abrigará o centro cirúrgico e o atendimento. Com exceção do bloco B, os demais têm dois andares.
O terreno tem mais de 27 mil metros quadrados e a estrutura conta com nove salas cirúrgicas, 176 leitos de enfermaria, 226 leitos para internação (enfermaria e UTI), 39 leitos para assistência complementar e 178 vagas de estacionamento.
Ainda estão previstas agência transfusional, anatomopatologia e citopatologia, análises clínicas, eletrocardiograma, diagnóstico por endoscopia, radiologia e ultrassonografia, coleta de material por meio de biópsia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e hemodinâmica.
O hospital contará com aquecimento solar e reutilização da água proveniente das torneiras e chuveiros, que serão tratadas e reaproveitadas para o esgoto sanitário.
O foco dos atendimentos será o de pacientes encaminhados por outros serviços hospitalares. Os atendimentos convencionais continuarão sob responsabilidade das unidades de Pronto Atendimento (Upas) e de Atenção Primária à Saúde (Uaps).
VÍDEOS: veja tudo sobre a Zona da Mata e Campos das Vertentes