Suco de laranja também avançou; açúcar e cacau fecharam em queda Os preços de café arábica e algodão tiveram alta consistente na bolsa de Nova York no pregão desta segunda-feira, em um dia em que as “soft commodities” fecharam sem direção única. O suco de laranja também avançou, e açúcar e cacau encerraram em leve baixa.
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Nas negociações do café arábica, os contratos de maior liquidez, para maio, subiram 2,14% (495 pontos), a US$ 2,3660 por libra-peso. Já os lotes para julho avançaram 2,16% (500 pontos), a US$ 2,3655 por libra-peso.
A perspectiva de tempo mais seco nas áreas produtoras de arábica no Brasil, maior fornecedor global da variedade, puxou a alta do grão. Segundo a Climatempo, as chuvas da semana ada em áreas produtoras de Minas Gerais, Estado responsável por cerca de 30% da produção nacional, ficaram abaixo da média histórica para o período.
O mercado segue atento aos indícios de aperto na oferta na safra 2022/23. Na Colômbia, segundo maior produtor de arábica do mundo, a produção caiu 13% no mês ado, de acordo com o Barchart.
Produção de café no Paraná
AEN / divulgação
Algodão
No mercado do algodão, o papel que vence em maio, o mais ativo, subiu 2,18% (288 pontos) na bolsa de Nova York, a US$ 1,3529 por libra-peso. A segunda posição, para julho, por sua vez, avançou 1,82% (239 pontos), a US$ 1,3345 por libra-peso.
A pluma recuperou-se da queda ocorrida sexta-feira, quando o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aumentou sua estimativa para a produção global de algodão e reduziu sua projeção para o consumo. Com os novos cálculos, as estimativas do órgão agora são de estoques finais um pouco mais folgados.
No entanto, na sessão desta segunda, o analista Jack Scoville, do Price Future Group, apontou que a seca na região das grandes planícies dos EUA fez aumentar as preocupações com a oferta no país. “A produção da próxima safra está em risco”, afirmou ele, em relatório.
Suco de laranja
Os lotes do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) para maio subiram 3,82% (ou 640 pontos), cotados a US$ 1,7395 por libra-peso, na bolsa de Nova York. Já os contratos de segunda posição, que vencem em julho, avançaram 4,38% (ou 720 pontos), a US$ 1,7160 por libra-peso.
Açúcar
Na direção oposta, os contratos do açúcar demerara de maior liquidez, para maio, caíram 0,49% (10 pontos), a 20,31 centavos de dólar por libra-peso. Os lotes para julho, por sua vez, fecharam em queda de 0,35% (7 pontos), a 20,20 centavos de dólar por libra-peso.
O adoçante não teve fôlego para subir em virtude do recuo do petróleo na sessão — o barril do tipo Brent encerrou o dia em queda de 3,8%. A desvalorização do fóssil tira a competitividade do etanol no Brasil, maior produtor global. Isso pode fazer com que as usinas destinem mais cana para a produção do biocombustível, reduzindo a oferta de açúcar.
Mas o mercado segue atento à possibilidade de as usinas reduzirem a fabricação de açúcar neste mês. De acordo com a Covrig Analytics, a produção do adoçante no Brasil poderá cair até 30% em abril, em virtude da forte escalada dos preços do etanol ocorrida desde o início da guerra na Ucrânia.
Cacau
No mercado do cacau, por fim, os contratos futuros para maio, os mais negociados atualmente, caíram 0,15% (US$ 4), a US$ 2.616 por tonelada, na bolsa de Nova York. Os papéis de segunda posição, que vencem em julho, recuaram 0,26% (US$ 7), para US$ 2.667 a tonelada.
As cotações da amêndoa acabaram ando por correção após encerrarem a última sexta-feira em alta. Sinais de oferta mais confortável em grandes produtores, como Costa do Marfim e Nigéria, pesaram sobre os preços nesta sessão, segundo análise feita pelo Barchart.
A previsão de aumento do volume de chuvas na África Ocidental também exerceu pressão adicional sobre as cotações, já que o aumento dos níveis de umidade do solo deve contribuir para o florescimento dos cacaueiros.