O ministro deixará o governo para se candidatar ao Senado pelo Rio Grande do Norte A poucos dias de deixar o governo para se candidatar ao Senado pelo Rio Grande do Norte, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (PL), fez um pronunciamento em cadeia de rádio e TV na noite desta terça-feira (22) para destacar a transposição do Rio São Francisco, uma das principais obras do Nordeste. Iniciado no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o empreendimento sofreu sucessivos atrasos e está agora em fase final de implementação.
“O sonho de Dom Pedro II e de milhões de brasileiros finalmente está se tornando realidade. Cento e setenta anos depois, como profetizou Antônio Conselheiro, o sertão vai virar mar. Os dois eixos principais da Transposição do São Francisco estão concluídos”, disse Marinho.
Ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, em pronunciamento no rádio e na TV, nesta terça (22/03/2022)
Twitter/@Ministério do Desenvolvimento Regional
Além de colar sua imagem à do presidente Jair Bolsonaro, Marinho aposta no portfólio de obras que conduziu nos últimos meses para angariar votos e aumentar sua aceitação no Estado onde não teve votos suficientes para se eleger deputado em 2018. Ampliar o o a água e saneamento na região sempre foi classificado pelo ministro como sua prioridade à frente da pasta.
“As águas do Velho Chico chegaram ao nosso Rio Grande do Norte, em Jardim de Piranhas, depois de saírem de Cabrobó, em Pernambuco, e arem pelo Ceará e Paraíba. É um marco histórico, resultado de muito esforço e do compromisso do nosso governo”, complementou Marinho. “A transposição não tem dono. Ela é de todos os brasileiros”.
O ministro ressaltou ainda que a obra começou em 2007 e poderia ter sido entregue em 2011, mas sofreu com atrasos e erros que teriam resultado em um custo quatro vezes maior do que o inicial.
O nível de conclusão das obras antes do atual governo é alvo de controvérsias. Marinho afirma que até o final do governo de Dilma Rousseff apenas 15% dos eixos Leste e Norte da Transposição funcionavam, enquanto o PT sustenta ter sido responsável pela execução da maior parte da obra.
“Nós priorizamos a retomada das obras que estavam abandonadas, reconstruímos o que estava destruído e concluímos o que havia sido começado. Foram necessários mais de 600 reparos em canais e reservatórios para corrigir o desperdício e a má utilização dos recursos públicos”, relatou Marinho.
O programa de infraestrutura hídrica, classificado pelo ministro como o maior do país, atenderá 16,5 milhões de pessoas em 545 cidades quando as obras estiverem concluídas.
No discurso de mais de seis minutos, Marinho também frisou a aprovação do Marco Legal do Saneamento, que até agora viabilizou oito leilões com previsão de R$ 45 bilhões em investimentos.