Conselho Universitário aprovou aumento de 20,6% em salários de professores e servidores técnico-istrativos. Índice vale a partir deste mês e contempla 8,3 mil servidores. o ao campus da Unicamp, em Campinas
Antoninho Perri / Unicamp
O reajuste de 20,6% nos salários de professores e funcionários técnico-istrativos da Unicamp deve fazer a instituição aplicar até 82,5% das receitas previstas em orçamento, considerando-se a efetivação de outras políticas de valorização como progressões de carreira, além de contratações, segundo a Pró-Reitoria de Desenvolvimento Universitário. A alta foi aprovada pelo Conselho Universitário (Consu), órgão de deliberação composto por professores, funcionários e estudantes.
O índice de aumento será aplicado a partir deste mês e foi aprovado durante sessão extraordinária. A proposta havia sido oficializada na semana ada pelo conselho de reitores das três universidades estaduais públicas (Cruesp) e, com isso, também vale para os servidores da USP e da Unesp.
O pró-reitor de Desenvolvimento Universitário, Fernando Sarti, explicou ao g1 que a folha de 2021 da Unicamp destinou 70% da arrecadação para pessoal, mas precisa ser avaliada sob a perspectiva de ano atípico: como as aulas ocorreram de maneira remota, uma série de despesas foi reduzida, como transporte, energia, água, entre outros, e a retomada integral das atividades nos campi a partir da segunda-feira vai elevar o percentual a um patamar já esperado pela universidade em anos anteriores.
"Os 70% da arrecadação não podem ser tomados como parâmetro, é excepcional em 2021. Não mexeremos na reserva estratégica para fazer o custeio", destacou o pró-reitor ao lembrar que o montante considerado na projeção refere-se aos rees do governo de São Paulo, por meio de percentual calculado sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Sarti frisou que a projeção para o exercício atual permanece em superávit e lembrou da dificuldade em conseguir um denominador comum entre as três universidades estaduais paulistas. "Nosso papel é de ter responsabilidade com a universidade. A saúde financeira e orçamentária é um ponto de partida, mas ao mesmo tempo sabemos que é preciso manter o poder aquisitivo dos colaboradores, docentes, pesquisadores e funcionários. Não é uma equação que fecha facilmente", ponderou.
Até então, o reajuste mais recente aplicado pela Unicamp tinha sido de 2,2%, aplicado em maio de 2019. Em 2020 e no ano ado não houve aumento salarial por conta da Lei Complementar 173/2020, que vetou reajuste aos servidores no contexto da pandemia de Covid-19.
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O pró-reitor lembrou ainda que o momento de contratações da Unicamp é focado na recomposição dos casos de desligamento ou morte, e há análise criteriosa para novos acordos quando se trata de aposentadoria. Já a progressão deve representar em torno de R$ 50 milhões em um ano. "Precisamos manter investimentos em infraestrutura, sobretudo tecnológico, e nas políticas de inclusão, assistência e permanência estudantil. Tem que equilibrar todas as demandas, não pode ser só um lado", falou.
A proposta
Segundo nota assinada pelo reitor da USP e presidente do Cruesp, Carlos Gilberto Carlotti Junior, o percentual corresponde ao índice de inflação medido pelo IPC-Fipe no período entre maio de 2019 e fevereiro deste ano.
"Tal proposta, ao mesmo tempo em que recupera o poder de compra dos salários, respeita o orçamento discutido e aprovado em conselhos universitários das três universidades estaduais paulistas para 2022", diz texto.
Quadro de servidores
O conselho, em comunicado, explicou que a antecipação da data-base de maio para este mês tem como objetivos preservar o poder de compra dos salários e manter o equilíbrio orçamentário das três universidades. Além disso, os reitores mencionaram que os meses de março e abril deste ano serão considerados na discussão do reajuste salarial na data-base em 2023.
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